quinta-feira, 7 de setembro de 2023

RELÍQUIAS DO FESTIVAL - DE UM DOS PRIMEIROS FESTIVAIS...

Meu amigo Ricardo Rodrigues ( Bicão) me enviou fotografias que são verdadeiras relíquias do nosso festival. Publico aqui relato do próprio Ricardo "Este grupo era formado por amigos do Paulo César Rodrigues daqui de Belo Horizonte MG do bairro Santa Efigênia.... E, o nome da música defendida era se não me engano: Ouro Velho... Um caso curioso, quem iria tocar o Tubo fone era um amigo nosso que passou mal antes da apresentação e eu fui tocar de improviso no seu lugar.... Se não me falha a memória, ficamos em quinto lugar... Outro fato curioso: os instrumentos foram transportados dentro de um fusquinha: o violoncelo, violões, tubo fone, flauta dentre outros". Ricardo não sabe precisar exatamente o ano, mas foi um dos primeiros festivais no Colégio. Percebem o palco feito de madeira. Na época não haviam palcos de tubos de metal como hoje. Mais um relato importante do Paulo César Rodrigues."    Pelo que me lembro, o  grupo não tinha nome, e dele, além de mim, participavam o Ricardo Curinga, no violão, Zé da Muxibenta (porque também tocava sanforna), Maurício, no baixo acústico, Tito, na flauta e Mola, no violão, Cristina e sua irmã nos vocais.Creio que nesta foto eu estou conversando com a Cristina.Não lembro o nome da música, mas a letra falava também de Ouro Preto, creio eu". Este festival foi no Colégio Estadual, por volta de 1974. Muitos ensaios eram lá em casa. Na época não havia ainda asfalto entre Alvinópolis e Rio Piracicaba. Lembro-me que havia chovido e foi uma aventura chegar, com minha Brasília e um fusquinha levando o baixo acústico amarrado no teto.
















quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Matéria sobre os FESTIVAIS DE MÚSICA, no excelente jornal ROTHA CULTURAL.

 


A PLATÉIA PEGA FOGO QUANDO CHEGAM OS FESTIVAIS...

Experiente músico, ativista cultural e político, lança seu olhar sobre Festivais da Canção na região
Por Marcos Martino Martino:
“Festivais são muito tradicionais ainda e precisam dar um passo adiante”
Tomo emprestado trecho da canção “Heavy Metal do Senhor”, de Zeca Baleiro, o título desse texto, para falar do que vivi e aprendi com os Festivais da Canção. Participei como músico, fui membro do júri, produzi e coordenei inúmeros festivais. Com as experiências, aprendi que são eventos positivos em vários sentidos. Mas sempre é necessário alguns ajustes. Então, apresento uns “pitacos festivaleiros” para falar a respeito. Vamos lá:
ELE VOLTOU...
Tenho visto divulgação de diversas cidades, principalmente no interior de Minas. É muito auspiciosa a notícia de que teremos, sobretudo, na nossa região ou cidades próximas: Bela Vista, Ponte Nova, Rio Casca, Nova Lima e João Monlevade estão mesmo voltando a fazer festivais e isso é excelente.
AJUDA DE CUSTO
Os organizadores na hora de fazer festivais autorais, se preocupam prioritariamente em oferecer bons prêmios, para atrair bons competidores, oferecer uma sonorização de boa qualidade e depois é que vão se preocupar com os outros quesitos. Mas na hora de fazer os orçamentos, meus amigos, será fundamental pensar em ajuda de custo. Imagine uma banda de vai sair do Rio de Janeiro para tocar no interior de Minas. Se forem 4 músicos, vão ter uma despesa considerável com transporte, alimentação e hospedagem. Se colocarmos uma despesa mínima de uns R$400 reais por pessoa...Os artistas, que são a razão de ser dos festivais, deveriam ter uma ajuda para as despesas. No mínimo ter hospedagem e alimentação garantidos. Entendemos quando os organizadores fazem na “cara e na coragem” e com recursos escassos. Nesse caso, vale o heroísmo e fica muito bom também. Mas com ajuda, dá para incentivar e atrair mais participantes.
(EN)CANTAR Festival é chato...Muita gente repete esse mantra. Realmente, os festivais têm certo amadorismo, falta uma sequência de sucessos para empolgar. Só depois que as então músicas desconhecidas concorrentes forem apresentadas. Então, nos cabe pensarmos maneiras de tornar as composições autorais mais palatáveis, educar o público e divulgá-las antes para cativar e encantar o público. O artista tem dois objetivos: disputar os prêmios e divulgar seus trabalhos. Um dos males dos festivais é não divulgar os artistas direito. Eu acho que deveriam ser divulgados antes, paro pessoal não chegar no dia do festival boiando. Se forem conhecidos antes, as pessoas poderiam conferir e torcer pelos seus favoritos.
ONDE O POVO ESTÁ O artista não pode ficar esperando a benevolência das organizações dos festivais para ficar conhecido. Como interessado, “precisa ir aonde o povo está”. Participar de um festival dá oportunidade de interagir com o público, das cidades, das regiões, das mídias. Tirem proveito, meus caros. Divulguem suas músicas para que as pessoas a conheçam.
INTERATIVIDADE “Prestenção”, seu organizador. Os Festivais precisam sair da idade das cavernas, da votação tradicional. Se quer trazer o povo para perto, se quer gerar interação e simpatia pelas autorais, tem de ter votação pela internet. Que seja um percentual a ser determinado, mas as canções precisam estar disponibilizadas nas redes para o povo aprender e cantar... E com sorteio de prêmios para os votantes. E letras das músicas no dia para o pessoal cantar junto... JURI Que pode estar presente no meio da multidão, dando notas pelos seus apps. É algo a se discutir exaustivamente. Uma maneira justa de equacionar as coisas.
O SHOW TEM QUE CONTINUAR
É legal ter no fim das apresentações, outros shows musicais para o pessoal balançar o esqueleto. Shows com músicas e artistas conhecidos para o pessoal esticar a balada e a festa continuar.
PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
Sugiro que alguém das organizações dos festivais façam um périplo pelas principais escolas e palestrem com os alunos sobre a importância dos festivais, sobre criação musical.
PRÉ FESTIVAL É IMPORTANTE
Tem alguns artistas, um pouco mais rodados, que se sentem diminuídos quando a organização resolve fazer pré-festival, voltado para os artistas locais. Não é por aí... Os pré festivais abrem espaços para a cena local, oportunizada para a meninada nova. Muitos põem os pés no palco pela primeira vez nesses pré festivais. Eles têm seu primeiro contato com o público. E que tenha uma quota de canções classificadas para o FESTIVAL maior, para valer mesmo. E que tenha prêmios também, para o pessoal ir faturando troféus. Por que é importante, dá moral na cidade. Artistas mais rodados, mais generosidade com quem tá chegando...
SEGMENTOS PREJUDICADOS
Alguns estilos de música têm problemas para competir nos festivais tradicionais por causa dos suportes. Por exemplo, os festivais tradicionais não permitem o uso de VS e outros recursos pré-gravados. Por causa disso, gêneros como o HIPHOP não têm espaço, assim como o dance music, funk... Esses precisam de festivais próprios.
NÃO ME ILUDO...
As pessoas são tradicionalistas. Provavelmente vão querer repetir a mesma fórmula. Ainda assim arrisco a reflexão e as provocações...todas para tentar colaborar, para que avancemos um pouco mais. E viva os festivais... Por que o povo gosta de festa, de música, de cultura e de alegria